Regina Casé
Mais sobre o palestrante
Regina Maria Loureiro Barreto Casé é uma atriz, comediante e apresentadora de TV.
Em 1970, aos 16 anos, Regina Casé entrou para o curso de teatro de Sergio Britto. Aos 20 anos, já familiarizada no curso, Regina fundou com os amigos que fez lá Hamilton Vaz Pereira, Jorge Alberto Soares, Luiz Arthur Peixoto e Daniel Dantas um grupo teatral, no qual batizaram de Asdrúbal Trouxe o Trombone, que movimentou o cenário cultural carioca no final dos anos 1970. Entre os trabalhos do grupo, destacam-se a adaptação de O Inspetor Geral, de Nikolai Gogol, feita em 1974, e que rendeu o Prêmio Governador do Estado de atriz revelação à Regina Casé, a peça Trate-me Leão, de Hamilton Vaz Pereira, pela qual recebeu o Prêmio Molière. Ainda na década de 1970 fez sua estreia no cinema, participando do filme Chuvas de Verão, de Cacá Diegues.
Sua carreira inclui atrações em clássicos do cinema brasileiro como Eu Te Amo, de Arnaldo Jabor, de Neville de Almeida, O Segredo da Múmia de Ivan Cardoso. Também atuou nos filmes Cinema Falado, de Caetano Veloso. Sua estreia na televisão aconteceu na Rede Globo em 1983, com uma participação na novela Guerra dos Sexos, de Sílvio de Abreu. Naquele ano, trabalhou ainda no seriado infantil Sítio do Pica Pau Amarelo, então dirigido pro seu pai, Gerald Casé. Em 1984, integrou o elenco de Vereda Tropical, de Carlos Lombardi e participou do infantil Plunct, Plact, Zuuum.
Também nessa época, integrou o elenco do humorístico Chico Anysio Show. Em 1986, ganhou seu primeiro pesonagem de grande sucesso em telenovelas, a Albertina Pimenta, ou simplesmente Tina Pepper, de Cambalacho, escrita por Silvio de Abreu. Tina Pepper foi criada especialmente para a atriz e fez sucesso que Regina Casé chegou a se apresentar com a personagem no Cassino do Chacrinha. Essa personagem a fez ter fama internacional , já que os outros países vibravam com o jeito divertido de Tina. Tornou-se nacionalmente conhecida com o programa TV Pirata, humorístico criado em 1988 com a proposta de satirizar a própria televisão. Passou a fazer muito sucesso com comédia, por ser simpática e estar sempre divertindo as pessoas. Em abril de 1991, estreou o Programa Legal, comandado por ela e Luiz Fernando Guimarães, com direção de Guel Arraes e Belisário Franca. Idealizado por Regina Casé e plo antropólogo Hermano Vianna, o programa misturava documentário, ficção e humor, e ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) na categoria humor. Na mesma época, atuou na peça Nardja Zulpério, monólogo escrito por Hamilton Vaz Pereira e que ficou em cartaz durante cinco anos.
Em 1992, foi eleita a melhor comediante do ano pelo júri do Troféu Imprensa, que também premiou o Programa Legal como melhor humorístico da televisão. Apesar da grande repercussão, o programa deixou de ser produzido em dezembo daquele mesmo ano. Sua equipe, porém, passaria a produzir o quadro Na Geral, exibido pelo Fantástico a partir de 1994. Ao longo de sua trajetória na Rede Globo, também participou de programas especiais da emissora, como a comemoração de 25 anos d´Os Trapalhões, em 1991, e o show anual de Roberto Carlos, em dezembro de 1993, em que representou uma tiete do cantor.
Em dezembro de 1992, a Rede Globo transmitiu o especial Brasil Legal, que seria a atração seguinte comandada por ela na emissora, a partir de maio de 1995. Com o programa, Regina Casé viajava o país para mostrar lugares e tipos interessantes ou inusitados, quase sempre anônimos. Criado pelo núcleo de produção do diretor Guel Arraes com o objetivo de explorar a veia humorística da atriz, acabou se tornando uma espécie de documentário semanal de costumes e incluía também viagens ao exterior. O programa foi dirigido por diferentes nomes, como Sandra Kogut, João Alegria, Luís Felipe de Sá, Alberto Renault e Estavão Ciavatta. Pela redação do Brasil Legal passaram Pedro Cardoso, Cláudio Paiva, Jorge Furtado, Hermano Vianna, Guel Arraes, entre outros.
Em 1997, fez uma participação no quadra Vida ao Vivo Show, apresentado no Fantástico por Luiz Fernando Guimarães e Pedro Cardoso, que daria origem ao programa exibido pela Rede Globo entre 1998 e 1999. O término do Brasil Legal, em 1998, foi imediatamente seguido da estreia de Muvuca em 1999, programa semanal comandado por ela e produzido pelo núcleo de Guel Arraes. Muvuca misturava talk-show e reportagens especiais, unindo pessoas de diferentes universos. Famosos e anônimos eram convidados a participarem juntos do mesmo programa que tinha como característica a espontaneidade e informalidade, marcas da apresentadora. Não havia um tema definido, nem um roteiro fixo. A edição final aproveita as situações mais espontâneas e as melhores informações dos entrevistados. O programa, no entanto, ao contrário do Brasil Legal, foi retirado do ar no final de 2000, por baixa audiência. As experiências do Programa Legal e do Brasil Legal geraram séries educativas, como o Escola Legal, dentro do projeto Tele Escola, da Fundação Roberto Marinho, e o Histórias do Brasil Legal, para o canal Futura.
Durante o ano de 2006, comandou o Central da Periferia, programa de auditório ao ar livre voltado exclusivamente para a produção cultural das regiões menos favorecidas do país. A mesma equipe de produção do Central da Periferia era responsável pelo quadro Minha Periferia, exibido semanalmente, aos domingos, no Fantástico.
Em 2007, atuou pela primeira vez em uma minissérie, Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, de Glória Perez. Com a série de reportagens Minha Periferia é o Mundo, voltou a apresentar um quadro no Fantástico, focalizando a vida dos grandes centros urbanos, agora não só do Brasil, mas do mundo. Em 2008, faz uma Participação Especial como a Apresentadora Eunice Jardim no Remake de Ciranda de Pedra.
Em 2009, a biografia dela foi enredo da escola de samba de São Paulo Leandro de Itaquera. No mesmo ano, participou na minissérie Som & Fúria (Rede Globo) e no quadro do Fantástico, Vem com Tudo, além de fazer participação especial no programa Papai Noel Existe. Em 2011, Regina iniciou um novo programa dominical na Globo, o Esquenta!, que na estreia marcou 17 pontos de audiência. Com direção de Guel Arraes, Estevão Ciavatta, Leonardo Netto, Monica Almeida e Mário Meirelles, a atração traz várias personalidades da música brasileira, em um estilo animado e despojado. No programa, a apresentadora continua sua ligação com a periferia, trazendo atrações musicais e entrevistas com diversos personagens. Desde sua estreia, o programa já é um sucesso de público e tem se destacado pelo improviso e pela informalidade.
Em 2014, o programa, que conta com a participação dos sambistas Péricles, Arlindo Cruz e Xande de Pilares, ganhou uma versão ao vivo durante a Copa do Mundo e alcançou o prestígio da emissora e do público, mantendo a liderança com média de 14 pontos, segundo Ibope.
O Canal Futura exibiu no mesmo ano a nova edição do programa Um Pé de Quê?. Realizada pela Pindorama, com apresentação de Regina Casé e direção de Estevão Ciavatta, a atração contou com sete episódios inéditos da temporada que resgatou a trajetória das “árvores viajantes” da época das grandes navegações europeias, quando espécies de vários continentes foram difundidas pelo mundo.
Além do Esquenta!, em 2014 Regina voltou as telonas. Em Made in China, de Estevão Ciavatta, a atriz vive Francis, vendedora em uma das lojas do Saara que tenta entender porque as mercadorias chinesas da concorrência são as mais baratas do centro comercial do Rio de Janeiro. A produção marcou a estreia do cantor Xande de Pilares como ator e esteve em cartaz nos principais cinemas do país, com a participação dos globais Juliana Alves e Otávio Augusto.
Inspirado na tradicional relação entre empregados e empregadores, Regina Casé interpretou a pernambucana Val, no longa Que Horas Ela Volta?, dirigido por Anna Muylaert, e mostrando a realidade das domésticas nordestinas que tentam a vida em São Paulo. O drama participou no ano de 2014 da sessão Carte Blanche do Festival Internacional de Cinema de Locarno, um importante evento que acontece anualmente na Suíça. Em 2015, o longa teve seu lançamento nos cinemas brasileiros, foi indicado ao Festival Internacional de Berlim, levando o prêmio do público na categoria melhor filme na mostra paralela Panorama, e rendeu à Regina e Camila Márdila o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Sundance, nos Estados Unidos.
Em 2015, Regina Casé ainda celebra os 15 anos de Um Pé de Quê?. Em comemoração a data, a atração é reexibida com 155 episódios gravados em diversos lugares, do umbuzeiro típico da caatinga à sakura (cerejeira) do Japão. Regina ainda apresentou junto ao marido e diretor do programa, Estevão Ciavatta, um painel no RioContentMarket – um dos maiores eventos do mundo dedicado ao mercado audiovisual. Em 2019, além de voltar aos palcos após 25 anos com o monólogo Recital da Onça, Regina voltará a atuar em novelas em Amor de Mãe, trama de Manuela Dias para o horário nobre da Rede Globo. Ela será uma das protagonistas da trama e viverá uma mãe que mora em Minas Gerais, mas se muda para o Rio de Janeiro atrás de seu filho, separado da mesma pelo pai.
Temas de Palestras:
- Arvores e Meio Ambiente
- Cultura na Periferia
- Inclusão Digital
- Diversidade
AT0723
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